Sobre o Projeto de Lei que proíbe pais de darem palmadas nas crianças
Todos sabemos como são comuns as agressões e extrapolações cometidas por adultos em relação a crianças e jovens. Violências as mais diversas são vistas nos jornais e nas TV de todo o mundo. Há casos tão grotescos que nos deixam tristes, quando vemos crianças inocentes e indefesas vitimadas por violência doméstica. Em 2005 ouvimos falar de diversas situações que resultaram até em morte de pequeninos, por causa de uma simples "explosão de raiva" de um pai ou de uma mãe.
Diante desse quadro, é perfeitamente possível entender o que parece mover o coração daqueles que têm batalhado, mundo afora, pela contenção destes abusos, através da coerção legal. Por exemplo, em alguns países europeus, como no caso da Inglaterra, têm sido tomadas iniciativas nesse sentido. Numa democracia onde divergências de pontos de vista e de interpretação dos fatos costumam ser motivos de cautela, antes de se tomar uma decisão, no reino britânico esse assunto, pelo menos, ainda está em discussão. Isso porque há desde os radicais que querem intervir forçosamente na liberdade e nos direitos individuais a ponto de proibir até a famosa "palmada", até aqueles que, a exemplo do próprio ministro Tony Blair, admitem que proibir a "palmada" seria um exagero, é extrapolar até o bom senso. Segundo estes, o mecanismo compulsório da proibição legal NESSE tipo de assunto – que não é a violência em si, mas a “palmada” -, além de ferir princípios muito sérios e fundamentais do direito individual, não consegue se fundamentar em "provas" conclusivas de que o "caráter pedagógico" que se tem atribuído `”palmada”, SE aplicada dentro dos limites do amor, da moderação e da racionalidade, seja ineficaz ou mesmo prejudicial em alguma instância para a criança. Pelo contrário, enquanto a violência doméstica causa danos irreparáveis, os defensores da “palmada” eventual têm apresentado argumentos consideráveis de que, em momentos bem específicos, o uso da mesma é bastante pedagógico, sim.
O “X” da questão está nos excessos. Pais irados, descontrolados, desequilibrados, por vezes doentes, alguns até sem um real vínculo amoroso com seus filhos – esses tipos, aliás muito comuns, perdem facilmente o autocontrole e desfiguram o conceito de uma disciplina física amorosa, como seria uma “palmada”. É aí que os radicais entram. Argumentam, primeiro, que qualquer disciplina física, incluindo a “palmada”, é prejudicial à psique da criança (quem sabe alguns destes radicais não passem de traumatizados na infância por excessos físicos de seus próprios pais descontrolados), e segundo, que a “permissão” para a “palmada” seria uma porta aberta para crianças serem espancadas.
Estes radicais, que aprenderam a tentar impor seus pontos de vista por força de lei, são apoiados pelas pressões de um contraditório movimento do “politicamente correto”, cujos integrantes se tornam cada vez mais conhecidos pela falta de discernimento e de equilíbrio, costumeiramente “confundindo as bolas” e se utilizando de maquiavélicas estratégias de obtenção de seus intentos com base na força e na opressão. Iniciativas como essa de “proibir” a “palmada” parecem compor um quadro conspiratório real, quando vistas em associação com diversas outras iniciativas coercitivas do “políticamente correto” que se avolumam mundo afora, inclusive no Brasil.
Provavelmente estas pessoas têm razão quanto ao medo dos excessos por parte de pais desvairados. Mas, conforme comentado, não há “provas” de malefícios da “palmada”, o que se tem são apenas opiniões baseadas em conclusões passionais – para estes, “palmada” é uma forma de agressão e isso é motivo suficiente para dever ser suprimida. E se muitos pais não abandonarão esse tipo de “castigo” por si mesmos, então deveriam ser obrigados a fazê-lo sob ameaça da lei.
Cabem três perguntas, aqui:
1. Para sermos coerentes, não deveríamos, então, criar leis para outras formas de agressão? Por exemplo, há evidências de que certas formas de agressão verbal e psicológica sejam bem mais danosas do que uma “palmada” – então, por que falta preocupação quanto a essas outras maneiras de se atormentar uma criança? Há quem responda que a razão seria, talvez, porque quem defende a proibição da “palmada” não a entende nem a pratica, porém estas mesmas pessoas seriam destemperadas no controle verbal e emocional, a ponto de violentarem seus filhos com gestos e palavras. Logo, por que esperar deles a perseguição também a esse tipo terrível de agressão contra os pequeninos?
2. Funciona se proibir violência com uma lei? Se assim o fosse, outras violências consideradas ilegais não estariam aumentando sua incidência, não é mesmo? Será que esses radicais, reacionários, acreditam mesmo que uma lei vai interferir no autocontrole de pais cujo problema seria de desequilíbrio emocional, e não de convicção moral?
3. E se a opinião dos radicais estiver equivocada, e a "palmada" de fato for um instrumento pedagógico legítimo e eficaz, em algumas circunstâncias, como parece ensinar a Bíblia? Devemos, por causa dos excessos de uns, impedir a correta aplicação circunstancial dessa medida por outros?
Mesmo assim, na Inglaterra estão discutindo cuidadosamente o assunto. Mas no Brasil, não. Para variar, o “politicamente correto” tupiniquim parece, ao mesmo tempo, mais apressadinho e mais destrambelhado. Já aprovaram uma lei que proíbe aos pais “agredirem” os filhos – incluindo com “palmada” (VEJA NOTÍCIA ANEXADA). Assim, “democraticamente”, a sociedade se vê acuada por mais um assunto de extrema complexidade, levado ao plenário da Câmara para ser “pensado”(sic) e aprovado levianamente por aquelas mesmas criaturas que protagonizam os escândalos de corrupção, irresponsabilidade e devaneios políticos a que os brasileiros estamos habituados a assistir diuturnamente.
Agora, saindo do escopo de mero Brasil para um maior, planetário, há de se refletir sobre uma, digamos, curiosidade: enquanto autoridades tentam atribuir a uma simples "palmada" a idéia de violência hedionda e buscam coibi-la através da força de lei, assistimos, estarrecidos, esse mesmo sistema legal afrouxando a força da lei ao liberar criminosos praticantes de outras violências contra a criança e o adolescente, estas sim, de fato hediondas e gravíssimas. É o caso de pedófilos, flagrados em crimes de estupro e violência contra menores, e mesmo réus confessos, recebendo penas brandas da “Justiça”. Foi o caso do ativista gay pedófilo Gregory Pathiakis, de Brockton (EUA) que cometeu seis crimes de pedofilia, sendo um de estupro, destruindo permanentemente a vida de garotos e suas famílias, e recebendo míseros 60 dias de reclusão (ver http://www.wnd.com/news/article.asp?ARTICLE_ID=48397) – esse é o mesmo tipo de sistema penal que finge se preocupar com a segurança das crianças, discutindo e proibindo a “palmada”...
Ainda esse mesmo sistema judiciário é que trabalhou para que os cristãos fossem impedidos de opinar nas discussões sobre o Plano Nacional do Direitos Humanos, no Peru, conforme denunciado pelo Population Research Institute (www.lapop.org), isso porque a postura dos cristãos entrava em desacordo com o que os ativistas queriam que fosse aprovado. No boletim do PRI para a América Latina (Boletim N° 29 - terça-feira, 10/01/2006), vemos a sugestiva imagem de duas pessoas com uma tarja preta na boca, indicando simbolicamente a proibição dos cristãos de participarem do Plano. O boletim chamou o ato anti-cristão de "Violação aos direitos humanos, precisamente onde se diz defendê-los", e ressaltou, na notícia, o fato dos presentes haverem pronunciado seu desejo quanto aos cristãos: "devem ser apagados do mapa". Estão se revelando, não é mesmo?
Agora, retornando ao assunto da "proibição da palmada", fica mais uma pergunta no ar: se, por acaso, a medida for inócua, se proibir por lei a violência contra crianças, incluindo ou não a "palmada", não adiantar de nada frente a questões tão mais graves, pergunta-se: por que aprovar tais medidas? De olho nas tendências do sistema mundano, de dominação da mente humana, de que a Bíblia nos fala, e nas profecias dos últimos tempos, incluindo a perseguição à igreja de Jesus e à tentativa do sistema de neutralizar a ação do povo de Deus aqui na Terra (temporariamente, claro), há quem aposte que medidas como essas estariam menos para uma legítima preocupação com a criança indefesa, e mais para um aparato ideológico de controle comportamental que visa fazer frente a tudo aquilo que está relacionado aos cristãos – estamos aqui nos referindo aos cristãos em si, aqueles renascidos conforme o que Jesus ensinou, e não aos cristãos nominais e religiosos; por isso, não nos admiremos se as ameaças coercitivas deixem de fora religiões e religiosos.
Numa leitura escatológica, observe-se que apenas nos últimos meses nos deparamos, em alguns países, com propostas impositivas como: proibição de ensino de criacionismo nas escolas; proibição de uso da Bíblia e de reuniões de oração em prédios públicos (inclusive escolas); obrigatoriedade de aceitação do homossexualismo como algo natural, e proibição de pensamentos divergentes a esse respeito; avanço acelerado da pedofilia e de outras aberrações sexuais, através das ligações destes com o movimento ativista homossexual; obrigatoriedade de se permitir professores e líderes ativistas gays e lésbicas em escolas, acampamentos de escoteiros etc., influenciando as crianças e adolescentes; uso obrigatório de cartilhas ensinando o homossexualismo nas escolas públicas como algo bom e correto, violentando a imaturidade infantil e induzindo as crianças a se permitirem "experimentar" tais experiências, se assim sentirem vontade; legitimação do assassinato de seres humanos através do aborto, seguido da obrigatoriedade dos médicos de realizarem o ato, sob pena de prisão; liberação e banalização da eutanásia (vide reportagens que denunciam fatos terríveis nessa área na Holanda, há havendo casos até em Porto Alegre; etc.
Tudo isso é anti-Deus, é anti-bíblico, é anti-cristão. Tudo parece apontar para a construção de um sistema maligno, demoníaco, onde a cosmovisão cristã se tornará um inconveniente, uma "pedra no sapato" da sociedade, e a tendência, obviamente, será fazer calar os cristãos - do modo como for possível, incluindo através de cerceamento jurídico, através de leis cuja aprovação não passam de uma grande farsa, perpetrada pelo sistema mundano. Nada, entretanto, que seja novidade a quem conhece as profecias bíblicas para os cristãos no período a que o próprio Jesus chamou de “princípio das dores” e “últimos tempos”.
Para que finalizemos esse Newsletter dentro do assunto da proibição da “palmada” por nossos ilustres deputados, fiquemos com esse breve e simples comentário: o evangelho de Jesus, que os que somos cristãos ensinamos e buscamos seguir, é e sempre foi baseado no amor, na misericórdia e na não-violência. Por isso, todo cristão que pratica a violência, física ou de outra forma, contra qualquer pessoa, especialmente contra seus filhos, esposa/esposo etc., está pecando. Contudo, havemos de saber diferenciar entre uma "palmada" e um ato de violência desmedida. Proibir a palmada não vai resolver nada, só servirá para reforçar a atmosfera anticristã que os governos têm construído, em parte às claras, em parte nos obscuros corredores onde o sistema mundano e maligno é arquitetado.
NCI
Núcleo Cristão de Informação
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